Os dois estão aposentados do boxe profissional e decidiram fazer a luta para ajudar a promover a decisão do título brasileiro na categoria supermédio, entre o paranaense Felipe Pedroso, da Academia Macaris Boxe, e o paulista Ismael Bueno.
Macaris, 53 anos, parou de lutar em 2006. Foi campeão mundial pela pela World Boxing Comission em 1997 e campeão das Américas em 1996. Somou 110 lutas e 105 vitórias. Participou de dois filmes nacionais: Circular e Heróis da Liberdade. Hoje é presidente da Federação Paranaense de Boxe, professor e treinador.
Rosilete, 38 anos, se aposentou do boxe profissional em junho de 2013. É campeã mundial emérita pela WIBA (Women´s International Boxing Association) e pela WBC (World Boxing Concil). Somou 34 lutas e 29 vitórias na carreira.
A luta não será oficial, válida por alguma federação ou entidade do boxe. Apenas será uma luta de exibição. “Ninguém vai querer matar o outro, mas vamos fazer uma luta bonita. E eu quero vencer”, diz Rosilete. “Será como um jogo-treino do futebol. Nas academias de boxe, a gente chama de fazer 'luva'. O pessoal vai gostar”, explica Macaris.
Quando a luta foi marcada, a reação inicial do público foi colocar Rosilete como favorita à vitória. “Muitos estão levando na gozação e dizendo: 'coitadinho do Macaris'”, conta Rosilete. “Deixe os caras pensar isso. Tem um monte de gente achando que vou perder, mas quem foi rei nunca perde a majestade”, provoca Macaris.
Rosilete parou de lutar há um ano e vem treinando para manter a forma. Está com cerca de 70 kg e tem a agilidade a seu favor. Macaris está treinando três vezes por semana. Está pesando 93 kg e espera perder mais 6 kg até o dia da luta. No boxe, as categorias são divididas por peso. Quanto mais pesado, maior a força. “O Macaris tem a técnica, a força e o peso a favor. Se ele me acertar, me joga lá para o teto do ginásio”, comenta Rosilete.
A boxeadora diz que tem uma motivação especial para a luta. “Tenho que mostrar que ele me ensinou direitinho”, diz Rosilete, que teve toda sua carreira construída com o apoio de Macaris – marido, treinador e empresário dela. A história do casal no boxe foi contada no livro “A Quatro Punhos”, do jornalista curitibano Osny Tavares.
Macaris garante que esse tipo de luta é inédito na história do boxe. “Teve um americano que lutou contra uma mulher. E perdeu por pontos. Mas marido contra mulher, não há registro”, diz.
Para completar ainda mais as atrações da noite, a filha do casal, Nicoly, de 7 anos, será ring girl.
